Razão e emoção
qui, 3 de julho de 2014 09:00Copa do mundo, no Brasil, que tem a seleção de futebol mais superestimada do mundo. Terra de pessoas apaixonadas pela bola que rola nos estádios de futebol. Lugar de gente que para tudo o que está fazendo para acompanhar os momentos decisivos de uma partida. Povo que pinta o rosto, a casa e as ruas. Nação que faz de tudo pra mostrar que seu coração não é vermelho, mas verde e amarelo.
Corrupção no Brasil. País que nos últimos anos tem acompanhado inúmeros escândalos políticos e governamentais. Terra de pessoas descrentes com o futuro do país. Lugar de gente que não sabe se confia na polícia ou nos bandidos. Povo que pinta o rosto, a casa e as ruas, não para torcer, mas para protestar. Nação que fica com o coração dividido ao não saber se torce pela seleção brasileira ou se vê a Copa como mais um motivo de desconfiança com a gestão administrativo-política.
Com a copa do mundo, o brasileiro vive diariamente como se estivesse jogando nos últimos minutos do segundo tempo. É pressionado pela razão e pela emoção. De um lado queremos protestar contra a corrupção visível que cerca o evento. Os desvios de verbas, os gastos gigantescos com obras inúteis e a falta de investimento em outros setores do país são algumas das críticas dos que promovem o movimento #NãovaiterCopa.
Por outro lado, existe nosso coração que não se cansa de esbravejar nos estádios de futebol que: sim, “somos brasileiros, com muito orgulho, com muito amor”. O desejo de vibrar por cada gol da seleção brasileira fica sempre a postos, pronto pra ser extravasado quando preciso. E é quando o escutamos o tão esperado “Gooooooooooool”, que descobrimos que #VaiterCopa sim e que vamos torcer até o último momento pelo nosso time.
O problema de tudo isso é que fica difícil protestar e torcer ao mesmo tempo. Ao enfrentarmos um hospital caótico e precário, queremos protestar. E não deixamos de ser brasileiros por isso. Ao assistirmos um lance espetacular do Neymar, queremos torcer. E somo brasileiros por isso. Ao sermos bombardeados por notícias de escândalos de corrupção, queremos protestar. Ao vermos a seleção chegar mais perto de conquistar o hexa, queremos torcer. A questão é que protestando ou torcendo não deixamos de ser brasileiros. O coração pode até ficar dividido, mas ele continua sendo verde e amarelo.
Quando acabar a copa, com vitória ou não, os nossos problemas ficarão escancarados, sem o véu de euforia. Ao lado de estádios vazios, restarão somente lembranças de um junho feliz. Os hospitais sem estrutura, as estradas perigosas, as escolas nos colocando no penúltimo lugar no ranking mundial de educação estarão apenas atestando que precisamos mudar a nossa forma de escolher as pessoas que cuidam desse grande lar chamado Brasil.
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